quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Portugal e os circos


O Governo português surpreendeu e muito com a iniciativa de acabar com a utilização de animais em circos. Para um país gritantemente alheado da protecção aos animais, esta medida deixa-nos quase como o Nobel de Obama: sem saber muito bem o que pensar. A lei não é perfeita. Os animais domésticos não são abrangidos. O circo Atlas já incorpora há muito números com cãeszinhos a fazer habilidades, não será de admirar que outros lhe sigam os passos. Os donos dos circos não podem permitir a reprodução dos seus animais, mas contra isso já vozes discordantes se insurgiram e vieram prontamente desafiar a lei. Quem fiscaliza? Quem garante que a exibição de animais em circos não vai continuar, sob a capa de reproduções acidentais, compras ilegais e sabe-se lá mais o quê? Criar a lei é um grande passo, mas é preciso garantir um acompanhamento efectivo, em vez de tratar a questão como um problema menor, como acontece em regra com as problemáticas ligadas aos animais (lembremo-nos que até o único partido português anti-rodeos fecha os olhos a dissidências nessa questão. Pergunto-me se se desse o caso de a senhora defender a privatização de todos os serviços de Salvaterra, seria tratada com a mesma tolerância. Se calhar, o que serve para uns casos, não serve para outros...).
Resta-nos estar atentos e não abandonar a luta ao primeiro sinal de entendimento.

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