quarta-feira, 28 de julho de 2010

Tudo é relativo











Os Estados Unidos encontram-se a braços com uma gigantesca fuga de informação que põe em causa toda a legitimidade da intervenção militar no Afeganistão. Segundo o PÚBLICO, o retrato traçado nestes documentos, que foram parar ao site WikiLeaks, é "muito mais sinistro" do que aquele que tem sido apresentado pelos Governos envolvidos. Entre falhas operacionais e "danos colaterais", há de tudo.
Apesar de tudo, em 2008, e com todos os sobressaltos a acossarem a zona, a vida corria assim:
"Rebentamentos e helicópteros Apache, mas crianças a tomar banho no braço do rio. Porque não? Está calor. E tudo aqui é tão menos assustador por ser a vida de todos os dias. Cabul parece perigoso visto da Europa, depois Kandahar parece perigoso visto de Cabul, depois Arghandab parece perigoso visto de Kandahar. E no fim de tudo há sempre homens que vendem bebidas de lata ou têm pomares, homens e crianças descalças a tentarem viver num país sacudido por 30 anos de guerra fria e quente."

Alexandra Lucas Coelho - Caderno Afegão
Lisboa: Tinta da China, 2009

(A foto é de Isabelle Eshraghi)

domingo, 18 de julho de 2010

O capitalismo, a austeridade e outros que tais


















O capitalismo foi longe de mais?

O capitalismo vai sempre longe de mais. É a sua natureza. O capitalismo, na sua forma pura, se é que ela existe, já tinha colapsado em 1929. O que foi reconstruído, nos EUA, entre os anos 30 e 80, foi um sistema misto, com um sector público muito mais forte. O esforço de regressar ao capitalismo pré-1929, desregulamentado e sem supervisão, conduziu muito rapidamente à repetição do desastre de 1929.

Passada a tempestade, voltaremos às tentativas de regressar ao capitalismo pré-1929?

Existem muitas pressões para retomar o caminho da desregulamentação e diminuição do peso do Estado. O ataque ao Estado-Providência em curso na Europa é isso mesmo.

...

A crise do subprime dá origem a uma viagem rumo à segurança, ou seja, os investidores, escaldados com os activos tóxicos, passaram a preferir ter nas mãos dívida dos EUA, Alemanha, França e, talvez, do Reino Unido. Países que, em situação alguma, deixariam de cumprir com as suas obrigações financeiras. O que fazem? Vendem todos os títulos de dívida de outros países para se concentrarem apenas naquele grupo seguro.

Então o que é que os governos europeus deveriam estar a fazer?

Primiro, o Banco Central Europeu (BCE)deveria encarar o problema com frontalidade e começar a comprar a dívida de alguns países - e já está a fazê-lo e vai continuar a fazê-lo.

A austeridade é potencialmente desastrosa?

Sem dúvida! Adoptada por todos os países torna-se num ciclo vicioso depressivo, que vai resultar em declínio económico. Estamos a falar de países onde o sector público é responsável por metade do PIB. Cortar no sector público é cortar no próprio PIB.

Excertos da entrevista do economista James K. Galbraith à VISÃO de 15.07.2010.
Nota: Esta transcrição ignorou ostensivamente as normas do Acordo Ortográfico recentemente adoptadas pela VISÃO.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Viva l'Argentina!

















"Os casais de homossexuais poderão adoptar crianças e terão todos os direitos sociais que até agora eram reservados aos casais heterossexuais."

PÚBLICO, 16.07.2010