terça-feira, 30 de novembro de 2010

Os meninos - III


















D. aproxima-se como quem pede atenção, com ar angelical e conversa breve. As bochechas redondas ajudam a compor o cenário.
Discreta, não passa despercebida no meio da multidão em delírio.
Estranhamente, prefere a companhia de uma adulta desconhecida à do seu grupo de bancos de escola, talvez para fugir aos enfants terribles.
Como o dia é especial, D. anseia por mostrar os seus dotes de dança. O canto, reconhece, não é a sua praia. Até o som da gaita-de-foles a incomoda.
Lamentavelmente, a adulta desconhecida não foi capaz de reparar nela no momento da demonstração, talvez rendida à habilidade das companheiras. Nem sequer a viu na hora da despedida. Haveria de encontrá-la mais tarde, mas a dificuldade de seguirem em carros diferentes não permitiu mais do que um breve aceno.
Decidiu, então, escrever este post.

Sem comentários:

Enviar um comentário