quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A arte de fazer roteiros


















O caderno P2 do PÚBLICO traz-nos diariamente uma extensa agenda com os mais variados espectáculos, programação televisiva, cinematográfica, reportagens alargadas, etc. Alguns desses eventos são alvo de especial atenção, passando para a coluna do destaque (do lado esquerdo da página) ou merecendo um destaque interior (ficha técnica + pequeno texto). Isto é feito a partir dos comunicados recebidos dos gabinetes de imprensa das salas de espectáculo, geralmente. Papinha feita, dir-me-iam. Quase. Recuperando a expressão usada por Jerónimo de Sousa nos Gato Fedorento, eu percebo tanto de...vamos lá ver...ópera como de "lagares de azeite". É como andar em tijoleira molhada. Ou damos passos cuidadosos ou esparramamo-nos. Mas e o comunicado? Não tem tudo? Pois, mas aqui temos duas opções. A primeira, da tijoleira seca, é fazer uma espécie de copy/paste do comunicado, o que me parece muito feio, a bem dizer. Não é bonito assumir que foi o jornal a escrever aquele texto quando o mais próximo da verdade seria dizer que foi feito pelo gabinete de imprensa do teatro X. A outra opção é interpretar e dar a volta ao texto, e quem sabe ir buscar informação extra, se ainda couber nos 800, máximo 1000 caracteres. E aqui a escorregadela pode surgir a qualquer momento.

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