quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sobram crianças (e pais também)












O número de adolescentes internados em instituições tem vindo a aumentar. Os candidatos a pais adoptados querem o filho "ideal". Sem deficiências, com menos de três anos e...branco. O número de pais a internarem os filhos por não conseguirem lidar com problemas comportamentais aumenta. O número de menores retirados às famílias também.
Os diários de hoje, quinta-feira, traçavam o perfil das crianças e jovens institucionalizados. Há entraves burocráticos (afinal, quem adopta tem de ser escrutinado) mas ao que parece não são as mais significativas.
Perante uma perspectiva de crianças a passar anos e anos institucionalizadas e pais demasiado selectivos para os quererem (já para não falar das dificuldades de integração na nova família, que por vezes culminam em devolução) como pode o Estado vedar a adopção a uma parte significativa da população, tendo por base a orientação sexual? Como podemos encarar estes dados sem apontar o dedo à legislação discriminatória (e, soube-se hoje, sem inconstitucionalidade!)?
Um casal que decida ter um filho por meios naturais (ou que o tenha sem sequer ter pensado nisso) não vê as suas qualidades parentais escrutinadas. Como pode um Estado democrático vedar a adopção aos casais homossexuais sem sequer lhes dar a oportunidade de serem escrutinados?

(A foto é do Diário de Notícias)

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